quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Quanto ganha um médico

Segunda-feira 02 de fevereiro de 2009 06:38
Parte dos obstetras cobra adiconal na hora do parto
Sandra Kiefer - Estado de Minas
Marinella Castro - Estado de Minas
Euler Júnior/EM/D. A Press
Daniele Magalhães, com as filhas Gabriela e Laura: na primeira vez, pagou por fora. Na segunda, trocou de médico

“Um pacote de fraldas, R$ 33. Uma consulta com o ginecologista, R$ 33.” “Uma escova progressiva, R$ 261. Um parto com obstetra, R$ 261.” Essas são as palavras da mais recente campanha publicitária veiculada na mídia pela Sociedade dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig). O tom da propaganda, ao mesmo tempo que assusta, levanta uma pergunta que coloca em xeque os planos de saúde e os consumidores contra a parede: com base em honorários defasados, é correto o médico cobrar de seus pacientes por fora do plano de saúde, recebendo deles os valores que os convênios não pagam? A resposta de representantes da própria classe médica é negativa.

Órgãos de defesa do consumidor também condenam a ação, enquanto planos de saúde já levaram a briga para a Justiça. O fato é que, sem um consenso estabelecido, nem mesmo entre os profissionais de saúde, já que alguns cobram e outros não, o procedimento se populariza e o consumidor é quem paga a conta da guerra que envolve a tabela de remuneração da saúde privada. Com receio de mudar de profissional, a única opção para muitos pacientes é desembolsar o adicional.

A maior cooperativa de planos de saúde em Minas, a Unimed-BH, e a Sogimig travam uma batalha judicial. Na ação, os obstetras defendem a cobrança de honorários em caráter particular das pacientes associadas à cooperativa, quando o atendimento ocorrer fora do plantão. O procedimento deve ser previamente combinado com a paciente e – importante – o médico não pode receber também da Unimed. De acordo com o site da Sogimig, até a decisão final da Justiça, os obstetras não estão autorizados a fazer cobrança de particular para particular.

A dentista Daniele Siuves Magalhães paga há mais de 10 anos um plano de saúde, mas só conseguiu utilizá-lo integralmente em seu segundo parto, há nove meses. “Quando minha primeira filha nasceu, paguei um adicional de R$ 800”, lembra a dentista, que não concorda com o procedimento, mas afirma que, para a paciente, é difícil se desvincular do profissional, devido à confiança estabelecida nos nove meses de pré-natal. “No meu segundo parto, troquei de médica e achei muito correta a sua atitude de não cobrar. Eu cheguei até a perguntar quanto custaria, e ela me respondeu que o meu plano cobria o procedimento. O certo é não cobrar.”

O número de denúncias recebidas sobre o tema não é revelado pela Unimed-BH. Mas o fato é que os consumidores podem, com o aval da lei, ser submetidos a uma negociação direta no consultório, variando o valor de acordo com a análise de cada médico. A cooperativa diz que a cobrança direta não tem o aval da Lei 9656/98, que regula o setor, nem do Código de Ética Médica e também não é aprovada pelo Código de Defesa do Consumidor. “Esta é uma prática irregular e fortemente condenada pela cooperativa, que orienta seus clientes a não pagar a cobrança indevida. Sempre que um cliente formaliza uma reclamação, a cooperativa abre processo ético-disciplinar, que pode resultar na aplicação de penalidades ao médico”, argumenta a Unimed-BH em nota oficial. No caso da Unimed o preço pago pode atingir de R$ 960 a cesariana a até R$ 1.223,50 o parto normal.

Ao sofrer na pele a cobrança indevida, a chefe do Procon Municipal, Stael Riani, conseguiu que o médico da operadora de plano de saúde fosse descredenciado. Ela conta que procurou um cirurgião plástico que atendesse pelo convênio para proceder à retirada de pintas na pele. Durante a consulta, porém, o médico cobrou um adicional de R$ 800, argumentando que o plano remunerava pouco aquele tipo de procedimento médico. “Procurei outro médico, que foi atencioso e, em nenhum momento, questionou valores. Apenas marcou a cirurgia”, comenta Riani, que, paralelamente, solicitou a exclusão do outro médico dos quadros da operadora. “É essa a postura que se espera do consumidor. Primeiro, que ele recuse o pagamento do adicional e, depois, procure o seu plano de saúde para relatar o ocorrido”, ensina.

Você tem medo de quê?



Deborah Kanarek






A maioria das brasileiras quer um parto normal, mas não sustenta esse desejo por falta de esclarecimentos, que leva ao medo, e desestímulo do médico. Informar-se é a melhor saída

Um mistério ronda os partos no Brasil. Nossos índices de cesariana estão entre os mais altos do mundo- chegam a 80% nas maternidades particulares. Só que oito em cada dez brasileiras afirmam que querem ter um parto normal, segundo pesquisas realizadas no país - uma delas coordenada pelo Núcleo de Estudos Populacionais da Universidade de Campinas, Unicamp, outra pela Universidade do Texas, ambas publicadas no British Medical Journal. O que acontece, então, entre o desejo e a realidade? Por que apenas 20% das mulheres conseguem realizar o sonho do parto natural? Esta equação envolve inúmeros fatores: a desinformação, o medo da dor, as crendices como ficar com a vagina larga, além do modismo, a idéia de que a cesárea representa um atendimento de melhor qualidade, já que é o recurso preferido das classes mais abastadas. Outra questão decisiva para o desfecho do parto acabar em cesárea está nas mãos dos médicos. Os obstetras estariam valorizando as ansiedades das grávidas em proveito próprio, por comodidade ou vantagens financeiras. 'O modelo de saúde é que é equivocado e reforça a cultura do medo', defende o obstetra Jorge Kuhn, professor da Universidade Federal de São Paulo. 'A falta de conhecimento da mulher sobre o parto alia-se aos interesses econômicos da classe médica para formar a combinação perversa que empurra as gestantes para as cesáreas desnecessárias.' Vale lembrar que nos outros países, mesmo os europeus onde a tradição do parto natural é forte, registra-se um significativo aumento da ocorrência de cesarianas (veja boxe ao lado). A explicação para o fenômeno está na 'evolução da técnica'. Hoje o parto abdominal envolve menos riscos, é uma cirurgia mais segura do que há alguns anos, embora, claro, continue perdendo nesse quesito para a opção natural.
O bolso do médico


Apenas 20% das mulheres conseguem realizar o desejo de ter um parto normal
O sistema de saúde brasileiro atende a mulher diretamente na rede pública e, por meio de convênios, nos hospitais particulares. No SUS, o médico recebe mais por uma cesárea (R$ 387,30) do que por um parto normal (R$ 263,49). Nos convênios, a lógica é a mesma (até R$ 600 o parto normal e até R$ 1 mil a cesárea). 'A tendência é que os convênios paguem aos médicos o mesmo valor para as duas modalidades', afirma o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, Arlindo de Almeida. A diferença, que já foi bem maior nos planos de saúde, em favor do parto cirúrgico, terminou reduzida como forma de coibir as cesáreas desnecessárias. Com esse mesmo objetivo, em 1998, o governo limitou o pagamento dos partos cirúrgicos e passou a recomendar o uso da anestesia em partos naturais na rede pública. 'Com isso, a situação no SUS melhorou, e a taxa de cesáreas caiu de 36%, em 1996, para 25%, em 2003, mas ainda está longe de atingir os níveis recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de apenas 15%', diz a técnica da área de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Isa Paula Abreu. 'Os médicos, de forma geral, perderam a noção de respeitar o ritmo da mulher no trabalho de parto, priorizando suas conveniências.' O governo prevê que a recomendação da OMS seja atingida em 2007.

Se o médico ganha mais pela cesárea que ocupa uma hora de sua agenda, por que optaria pelo parto normal que pode demorar mais de dez? Falta dar solução ao bolso dos profissionais. Uma saída seria pagar melhor pelo parto normal e cercar a mulher da assistência de outros profissionais. 'Na Alemanha, o profissional que atende a gestante no pré-natal não é o mesmo que faz o parto. Ambos ganham bem e um não precisa fazer a atividade do outro para complementar a renda. Isso significa que o obstetra tem todo o tempo disponível para acompanhar o parto normal', explica Jorge Kuhn. Aqui, uma queixa freqüente dos médicos apontada pela pesquisa da Unicamp é a falta de apoio de uma enfermeira obstétrica para observar o trabalho de parto e acioná-los apenas pouco antes do nascimento. O despreparo dos profissionais e o medo de processos legais também têm levado muitos médicos a preferir a cesárea, na avaliação do secretário da comissão de assistência ao parto da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Eduardo de Souza. 'A cesárea raramente apresenta complicações quando realizada em bons hospitais e com uma boa equipe', afirma.


Incentivos


Daniela faz curso de ioga para gestantes e espera que as técnicas de respiração e relaxamento ajudem no parto normal
Aqui no Brasil, outro fator que faz toda a diferença é a cultura que cerca a mulher e o parto. 'Na Holanda, as revistas e os livros para gestantes não mencionam quase nada acerca da cesariana e explicam passo a passo o que acontece num parto natural', conta a escritora Jussara Machado, que mora no país há três anos, está grávida, e deve ter o bebê até o final do mês. O parto na Holanda, seja ele domiciliar, em casa de parto ou no hospital, é quase sempre acompanhado pelo marido. 'Proliferam cursos chamados 'samen bevalling' (parir junto), em que pai e mãe aprendem técnicas para se ajudarem e há uma infinidade de CDs com músicas para relaxamento e óleos de massagem. A holandesa busca nesse dia um momento inesquecível, especial e o menos frio possível.'

Perguntar a uma grávida se ela fará parto normal ou cesárea é descabido na Dinamarca. A cantora Maria Luiza Lins Brzezinski, que mora no país há dois anos, passou pela experiência. 'Vinha sempre aquele olhar de 'desculpa, não entendi', seguido da resposta parto normal com um ar de obviedade, como se eu tivesse perguntado se ela precisava fazer xixi todos os dias', conta. Essa comparação não é exagero. A dinamarquesa realmente aceita o parto normal com total naturalidade. Sabe que vai doer, vai passar e tudo ficará bem, porque suas mães e avós passaram pela mesma experiência. Também sabe que os obstetras são caros para o Estado e tudo será feito no parto para que eles não sejam necessários.

Sementes do medo


O médico aprende cada vez menos sobre o parto natural na universidade. A cesárea é mais segura para ele
Entre as brasileiras, o desejo por um parto normal, como anunciado nas pesquisas, parece não ter a mesma força. Acaba bombardeado pela desinformação que gera inseguranças, falta de preparação para o parto e medos incutidos até pela Bíblia. 'No Velho Testamento, Deus expulsa Adão e Eva do Paraíso, dizendo-lhes, entre outras coisas, que a mulher pariria com dor, um castigo para o pecado original', diz Abner Lobão Neto, coordenador do Pré-natal Personalizado da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele lembra ainda que basta ligar a TV ou ir ao cinema para ver como o parto é retratado com sofrimento. 'Acontece o mesmo na literatura e nas histórias de mulheres mais velhas na família. Como sobrevive assim o desejo por um parto normal?', pergunta o especialista, ressaltando que nessa direção falta apoio dos médicos. 'Eles têm pressa em resolver o parto com a cesárea porque, cada vez mais, recebem menos informação nas universidades sobre como conduzir adequadamente um nascimento vaginal. Ficam inseguros.'


Danielle carregava a mala da maternidade na ponte aérea Rio-São Paulo até entrar em trabalho de parto
A Federação dos Obstetras defende a classe: tem como norma valorizar o parto natural como a melhor opção para a gestante e para a criança, mas reconhece que a cesárea 'constitui importante conquista da obstetrícia moderna'. Em artigo recente publicado na revista da Febrasgo, foi Marcelo Zugaib, professor titular da Faculdade de Obstetrícia da Universidade de São Paulo, quem melhor explicou a visão de boa parte dos médicos. Afirmou que 'não vê problemas quando o obstetra opta por realizar apenas parto cesáreo, desde que a paciente seja informada no início do atendimento'. Para Zugaib, o grande erro é o médico usar da sua conveniência para convencer a gestante a optar por uma ou outra via de parto. No artigo, ele chega a classificar como 'marginal' quem age desse modo. 'Qualquer procedimento estará dentro da ética se houver o total esclarecimento por parte do médico para com a sua paciente sobre as vantagens e desvantagens de cada parto, caso não haja uma indicação puramente médica por uma ou outra via', sustenta.


A gestante de melhor nível social opta pela cesárea e se torna exemplo para a de classe mais baixa
O problema, como observa o obstetra Jorge Kuhn, é que nem todos os médicos agem de maneira tão transparente. 'Preferem um caminho mais sutil, com frases que soam como ameaças veladas a complicações no parto, como 'humm... tá meio grandinho esse bebê', ou 'parece que sua bacia é estreita demais'. Sem contar as alegações para as quais a mãe, leiga, não tem argumentos: cordão umbilical enrolado, pouco líquido, ou, 'olha, acho que não vai dilatar muito mais do que isso nas próximas horas'.' Nesse momento, lembra a parteira Ana Cristina Duarte, que participa da Amigas do Parto, uma ONG que defende o parto normal, a cultura do medo favorece quem detém o poder. 'A gestante, com suas ansiedades normais, mas em geral sem preparo adequado, passa o controle da situação para o médico', afirma.

Planos frustrados


Melissa, com a filha Maria Clara. O desejo por um parto normal deu lugar a um parto cirúrgico na última hora
O caso de Melissa Donato Guimarães, 28 anos, ilustra a situação. Ela queria o parto normal, mas no final optou pela cesárea. 'Fui ficando dividida com os comentários de amigas que achavam a cesárea uma maravilha, porque você marca a hora e não sente dor com as contrações.' E também tinha os seus receios. Incomodava-a a idéia de que o bebê 'ficasse entalado no meio do caminho'. Por outro lado, o parto normal a atraía pela recuperação mais rápida e menos dolorida. A gravidez avançava e com freqüência ela trocava figurinhas com outras gestantes. 'Quase sempre a resposta era cesárea. E me questionava: 'Quem sou eu querendo fazer diferente de todo mundo?' Na penúltima consulta antes da data prevista para o nascimento, terminou o impasse. 'O médico garantiu que estava tudo bem, mas que ainda seria preciso esperar o bebê descer. Eu teria de superar a ansiedade e suportar os inevitáveis desconfortos de final da gestação. Mas havia a cesárea. Resolvi por ela, feita dois dias depois', conta. Melissa está radiante com seu bebê, Maria Clara, lamenta não ter esperado o parto normal, mas assegura que o que sente não é arrependimento. 'Tive fortes dores no corte. Acho que não tive muita sorte com a cesárea.'


Informação e apoio do médico ajudam a driblar os fantasmas que ameaçam o parto natural
Com a comissária de bordo Danielle Carreiro aconteceu o inverso. 'Eu tinha verdadeiro pavor de parto normal', conta. Vivendo entre Rio e São Paulo, passou a consultar-se com dois médicos, um em cada cidade. No Rio, procurou um profissional que a conhecia havia tempos e que respondeu aos seus temores com a promessa de uma cesárea. Em São Paulo, quase foi embora do consultório ao descobrir que o doutor era favorável ao parto natural. 'Como era atencioso, fiquei com ele, apostando que, no limite, embarcaria para o Rio no final para fazer a cesárea.' Com o tempo, Danielle foi confiando na conversa do médico paulistano, que lhe mostrava as vantagens de ter um parto normal. 'O medo parecia mais distante, mas na hora entrei em pânico. Cheguei a me esconder no banheiro da maternidade, dizendo para meu marido que seria melhor pegar um táxi e ir para o Rio fazer a cesárea', lembra. Depois de muita conversa, foi levada para o quarto e relaxou. Passou a tarde conversando com o médico e com o marido. 'Eles me apoiaram durante as 14 horas de trabalho de parto e levei as contrações numa boa. Se eu soubesse que era só isso, não teria sofrido tanto antes', afirma.

Com preparo


É fundamental o médico informar a mulher sobre as várias possibilidades de combater a dor no parto. 'É a melhor forma de acabar com os fantasmas que desestimulam o parto natural', diz o obstetra Luiz Camano, da Maternidade Pró-Matre, em São Paulo. Ele faz um alerta às gestantes que decidem pela cesárea acreditando que sofrerão menos: 'A recuperação pós-parto é quase sempre mais difícil'. Além da boa orientação médica, cursos de preparação para o parto costumam dar boas dicas para gestantes mais aflitas, como se define a assessora de comunicação Daniela Oliveira. Foi numa dessas aulas que ela descobriu a ioga para grávidas. 'Estou apostando que esta preparação vai me ajudar a amenizar a dor nas contrações e facilitar a expulsão do bebê', anima-se Daniela. Sua professora de ioga - e também doula -, Renata Albuquerque, garante que é possível. 'Alivia a dor, por exemplo, a gestante levantar e caminhar durante as contrações', explica. Daniela está decidida a tentar um parto normal. 'Quero sentir o bebê saindo de mim', afirma. Quando uma mulher de classe média opta pelo parto natural, como Daniela, ou pela cesárea, como Melissa, influencia a decisão de muitas outras. Uma pesquisa realizada em Pelotas, no Rio Grande do Sul, com 5.304 gestantes mostrou que as mulheres com renda familiar maior e nível de educação superior normalmente são submetidas mais às cesáreas do que o restante da população. 'Esse é um dos motivos que levam as gestantes das classes menos favorecidas a desejar o procedimento', explica Fernando Barros, consultor do Centro Latino-Americano de Perinatalogia, ligado à OMS. 'Elas acreditam que a cesariana representa um atendimento de melhor qualidade.' Como se vê, a moda pega...


O parto no mundo
Os índices de cesárea crescem na Europa, onde tradicionalmente sempre foram baixos. Ainda assim, estão em 20%, bem abaixo dos brasileiros, de 35%. Veja como o parto é realizado em alguns países:
Estados Unidos e Canadá
Os índices: Em 2002, os EUA registraram uma taxa recorde de cesáreas: 26,1% - 7% mais que em 2001. No Canadá, o aumento foi semelhante. Na década de 70, a taxa de cesáreas era de 6%.
Como é o parto: Nos EUA, 97% dos partos são realizados em hospitais.
As parteiras assistem 7% dos nascimentos. Os partos domiciliares
e em casas de parto são minoria, ou seja, representam 2% do total.
Inglaterra
Os índices: A taxa de partos cirúrgicos cresceu de 21,5% para 22% entre 2000 e 2002, de acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas. Em 1970 o número era 4% e, em 1999, ultrapassou o máximo recomendado pela OMS.
Como é o parto: No sistema público inglês são as parteiras que assistem
os partos normais, nos hospitais, sem a presença de obstetra e pediatra.
Os obstetras só entram em cena nos partos que necessitam de fórceps e quando há indicação médica para cesárea. Em média, apenas um terço do total de mulheres recebe anestesia.
Holanda
Os índices: Cesáreas ocorrem em 8% a 10% dos nascimentos.
Como é o parto: Parteiras e médicos assistem os nascimentos na mesma proporção. A taxa de partos feitos em casa é de 35%. A anestesia peridural
só é aplicada em cesarianas.

Fotos Fernando Martinho
Fonte: Royal College of Obstetricians and Gynaecologists e Ican (International Cesarean Awareness Network)

Campanha é lindo! Mas vai você tentar!!!

Mas vai você minha cara amiga, usuária do serviço de saúde particular (convênio médico) desejar Parto Normal, "deixar a vida acontecer naturalmente" como diz a campanha, além de ser tida como doida rsrsrs! Vai ralar muitttttttttooooooooooo atrás de um obstetra que acompanhe um parto normal. Quando busquei, ralei!!!! Muitooo mas encontrei, GO que fizesse PN pare agulha no palheiro. Mas eu consegui! Vitóriaaaaa!!!



O serviço de saúde suplementar no Brasil tem que ser revisto. As condições oferecidas aos obstetras não incentivam em nada a opção destes pelo Parto Normal, pois não compensa financeiramente, e
obstetra também tem conta para pagar, não é? Os obstetras são empresas para trabalhar e não filantropia! Mas o que os convênios oferecem para fazer um parto normal chega a parecer filantropia. RARARA! Convênios médicos tem a "cachorra" de pagar mais pelo perto cesária do que pelo Parto Normal, absurdamente e burramente, pois uma cesária e realizada em 40 minutos no máximo e a dedicação para um Parto Normal é de horas e as vezes dias.


Mulheres! Vamos que fazer algo? Enviem cartas e e-mails para o Ministério da Saúde (Foi o que eu fiz) reclamem nas operadoras de saúde, seus convênios, Secretaria de Saude Suplementar. Vamos chamar a atenção do Senhor Ministro Temporão, pois não é só fazer campanha bonitinha na TV incentivando, é preciso criar leis, mecanismos sérios de incentivo aos médicos e ao sistema particular de saúde.
Temos que parar de pensar como país subdesenvolvido! Pô! minha gente somos emergentes já!!!!hehehe! Não parece mas já somos país emergente.

Temos que repensar o tipo de nascimento que estamos oferecendo aos nossos filhos, criando uma série de procedimentos e protocolos em partos hospitalares e deixando de valorizar a presença humana e profissional de quem os acompanha. Se bem que, boa e quase total culpa desta desvalorização é dos próprios médicos que preferem se vender a corrupção da invenção: Inventam cordão no pescoço, falta de dilatação...mil coisas...Nossa tenho até uma amiga que fez uma cesária por esta com dilatação, acredita? É, a desinformada foi para maternidade com contrações e ouvio do obstetra: "Temos que fazer a cesária pois vc já esta com dilatação!". É lamentável! Vivemos num país corrupto, mas esta corrupção não precisa estar também presente na medicina né, tenha dó! Voltando ao assunto, dos médicos que preferem inventar e sujeitar milhares de mulheres as cirurgias cesarianas eletivas do que atuar política e seriamente para mudar esta realidade.

Um grande abraço a todas e até a próxima! Espero que menos revoltada rsrs!
Beijos!
Dri