domingo, 23 de agosto de 2009

Dr. Claudio Basbaum

Claudio Basbaum e a luta por uma medicina mais humanizada

Como precursor e introdutor no Brasil, nos anos 1970, do chamado Parto Leboyer e da técnica de massagem para bebês (Shantala), o ginecologista e obstetra Claudio Basbaum iniciou sua trajetória na medicina rompendo os paradigmas vigentes. Buscava persistentemente devolver a naturalidade ao ato de nascer.

Inovou ao ser um dos primeiros a pôr em prática e a divulgar no país o parto de cócoras, a ioga na gestação, a presença do pai na sala de parto, o alojamento conjunto com o bebê e os conceitos de psiquismo fetal. Chegou a ser taxado de “rebelde” por tais idéias – hoje consideradas naturais –, o que culminou com a sua proibição de atuar em um dos mais importantes hospitais do país.

Mas as novidades que trouxe ao Brasil não pararam por aí. Antes mesmo de conhecer o parto sem violência do francês Frederick Leboyer e desenvolver suas próprias experiências com base nessas idéias, o dr. Basbaum foi um dos introdutores da técnica de laparoscopia. E, mais tarde, das evoluções desta, a videolaparoscopia e a videohisteroscopia. Foi quem introduziu no país o primeiro equipamento de laparoscopia com fibra óptica.

São métodos que revolucionaram a medicina nas últimas décadas, ao aumentarem a precisão dos diagnósticos e inaugurarem as cirurgias pouco invasivas – feitas de alta tecnologia e de cortes milimétricos, que minimizam os riscos de infecção, respeitam os órgãos genitais femininos, mantêm a fertilidade, além de promoverem resultados estéticos incomparáveis.

Dr. Basbaum foi buscar conhecimentos sobre a laparoscopia na França, nos anos 1960, com o “papa” da técnica na época, professor Raoul Palmer. Pôs em prática o que aprendeu no Brasil, dividido entre o Serviço de Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP e o da Faculdade de Medicina da Unicamp. Buscou se aprofundar no assunto com profissionais de outros países, como Buenos Aires, Itália, Bélgica, Estados Unidos.

O resultado desse investimento veio em 1989, quando executou, no Hospital São Luiz, de cujo corpo médico faz parte há 30 anos, as primeiras videolaparoscopias e videhisteroscopias do país. Ao seu lado estava um grupo pequeno de médicos entusiastas desses métodos. Daí para frente essas cirurgias mini-invasivas passaram a ser feitas em larga escala. Dr. Basbaum ministra cursos de aperfeiçoamento, orienta estágios, é um grande incentivador da técnica.

Pelas suas mãos, um número cada vez maior de patologias ginecológicas pôde ser tratado com a videolaparoscopia, como a retirada de miomas, histerectomia total e sub total, gravidez tubária, inclusive sem danos aos órgãos da mulher – na chamada ação “conservadora” – e a endometriose. No caso desta última, os conhecimentos atuais, explica ele, permitem o tratamento de endometriose severa profunda, que causa muitas dores e infertilidade, de forma bastante eficaz.

A preocupação com tratamentos que levam em conta os aspectos subjetivos das doenças ginecológicas e a preservação dos órgãos das mulheres levou-o a fundar a Pró-Matrix e a lançar campanha para que as pacientes “salvem” seus úteros, informando-as sobre as novidades tecnológicas que podem impedir tal “mutilação”. Na mesma linha associou-se a outros especialistas para criar a unidade Utherus, parte integrante de uma equipe internacional multidisciplinar de pesquisa e tratamento por embolização dos miomas uterinos sintomáticos.

Como fio condutor que liga todas essas empreitadas do dr. Basbaum no campo da ginecologia-obstetrícia está a preocupação com o lado humanístico da medicina. “A tecnologia teve grandes avanços, mas o ser humano não pode ser esquecido”, costuma dizer, e com a autoridade de quem se dedicou a entender e a utilizar a mais avançada tecnologia na arte de curar.

Para o dr. Basbaum, praticar medicina é usar sensibilidade para acolher e entender suas pacientes e ajudá-las a ter mais qualidade de vida. É agir de forma conservadora em relação à retirada de órgãos e a incisões cirúrgicas. É recusar o “modelo biomédico de assistência”, centrado na doença e não na pessoa. Para ele, enfim, é necessário abandonar a medicina tecnicista, aquela em que o exame clínico é totalmente substituído por exames de laboratórios, e adotar uma medicina mais humanizada, que devolva qualidade e confiança à relação médico-paciente.

Método Leboyer propõe o nascimento de bebês sem violência

É Lindo+++

Gente assistam é maravilhoso!

Domingo, 04/02/1979

O bebê sente o carinho da mãe e o calor das mãos do médico logo que nasce. O Dr. Leboyer que criou o método, afirmava que o parto pelos métodos tradicionais é uma violência.