sábado, 8 de maio de 2010

ANTES DE SER MÃE



Antes de ser mãe, eu fazia e comiaos alimentos ainda quentes.

Eu não tinha roupas manchadas,tinha calmas conversas ao telefone.

Antes de ser mãe, eu dormia o quanto eu queria, nunca me preocupava com a hora de ir para a cama.

Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes.

Antes de ser mãe, eu limpava minha casa todo dia, eu não tropeçava em brinquedos e nem pensava em canções de ninar.

Antes de ser mãe, eu não me preocupava: Se minhas plantas eram venenosas ou não.

Imunizações e vacinas então, eram coisas em que eu não pensava.

Antes de ser mãe, ninguém vomitou e nem fez xixi em mim, nem me beliscou sem nenhum cuidado, com dedinhos de unhas finas.

Antes de ser mãe, eu tinha controle sobre a minha mente, Meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos, e dormia a noite toda.

Antes de ser mãe,eu nunca tive que segurar uma criança chorando, para que médicos pudessem fazer testes ou aplicar injeções.

Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam,
nunca fiquei gloriosamente feliz com uma simples risadinha.

Nem fiquei sentada horas e horas olhando um bebê dormindo, antes de ser mãe, eu nunca segurei uma criança, só por não querer afastar meu corpo do dela.

Eu nunca senti meu coração se despedaçar, quando não pude estancar uma dor.

Nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina, pudesse mudar tanto a minha vida e que pudesse amar alguém tanto assim.

E não sabia que eu adoraria ser mãe, antes de ser mãe, eu não conhecia a sensação, de ter meu coração fora do meu próprio corpo.

Não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto, não conhecia esse laço que existe entre a mãe e a sua criança.

E não imaginava que algo tão pequenino, pudesse fazer-me sentir tão importante.

Antes de ser mãe, eu nunca me levantei à noite toda , cada 10 minutos, para me certificar de que tudo estava bem.

Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor, a dor e a satisfação de ser uma mãe.

Eu não sabia que era capaz de ter sentimentos tão fortes. Por tudo e, apesar de tudo, obrigada Deus, por eu ser agora um alguém tão frágil e tão forte ao mesmo tempo.

Obrigada meu Deus, por permitir-me ser Mãe

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Cesáreas representam 57% dos partos em SP


06/05/2010 - 10h25
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Colaboração para a Folha
Na última década, a taxa de cesáreas em São Paulo cresceu quase dez pontos percentuais, atingindo 56,7% dos partos. A Organização Mundial da Saúde considera aceitável um índice de até 15% de cesáreas.
A maioria dos partos cirúrgicos ocorre no setor privado de saúde. "Sou diretor-clínico da Pró Matre, de São Paulo, e percebo um crescimento brutal da prática", diz o obstetra Bussâmara Neme, professor da USP, Unicamp e PUC.
O médico, que em 2009 declarou à Folha que qualquer débil mental faz cesárea, diz que a distorção no Brasil e em São Paulo é muito grande. "Todo mundo sabe que estamos fazendo cesáreas demais, e que fatores como a comodidade do médico e interesses econômicos estimulam a prática", diz.
"É claro que a natureza [da mulher] foi feita para o parto vaginal e, se as condições forem boas, é o ideal. Mas, embora a cesárea não deva ser um procedimento de escolha, há várias indicações para ela, que podem salvar a vida da mãe e do bebê", diz Sergio Peixoto, professor de ginecologia e obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC.
Ele acrescenta que o critério de 15% da OMS é "relativo".
Escalada
O número de partos cirúrgicos em São Paulo apresenta um crescimento consistente na última década: em 1998, o índice era de 48,3%, e houve crescimento de cerca de um ponto percentual em todos os anos, com exceção de 1999, que apresentou uma pequena queda, de menos de 1%, nas cesáreas.
"É possível que essa diminuição tenha sido efeito de uma campanha feita na época, para estimular o parto natural. Mas foi algo muito pontual, que não reverteu a tendência ao crescimento", diz a demógrafa Lúcia Mayumi Yazaki, responsável pelo estudo da Seade.
As regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país sempre tiveram os maiores números de partos cirúrgicos do Brasil, superando a média nacional.
Segundo os últimos dados do IBGE (2007), a média de cesáreas foi de 46,6% no Brasil todo, mas as três regiões superaram a marca dos 50%.
Só no Estado de São Paulo, foram 55,2% dos partos, quase três vezes a porcentagem recomendada pela Organização Mundial da Saúde.
Menos filhos
O estudo da Seade também mostrou que a fecundidade das paulistas está caindo: em 2008, a média de filhos foi de 1,7 por mulher. É a metade da taxa registrada em 1980.
A Grande São Paulo foi a que apresentou a maior taxa de fecundidade, com 1,84 filho por mulher. O menor índice foi o da região de São José do Rio Preto.
A idade das mães também está crescendo. A faixa etária da maior parte das mulheres que tiveram filhos em 2008 foi a de 25 a 29 anos. Há dez anos, a maioria das parturientes tinha entre 20 e 24.
O número de mulheres mais velhas tendo filhos também subiu. Enquanto em 1998, apenas 1,6% das mulheres de 40 a 44 anos teve filhos, a porcentagem subiu para 2,4% em 2008.
Entre as mulheres com menos de 20 anos, a taxa de fecundidade caiu de 20%, há doze anos, para 16%, em 2008. "Esses números também refletem a diminuição de gravidez na adolescência ocorrida em São Paulo", diz Yazaki.
Editoria de Arte/Folha Imagem
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http://vimeo.com/8526305